RE: Está Tudo Bem?

Em resposta a um artigo de opinião da minha autoria acerca da criminalização das drogas, o Sr. Luís Carneiro, em pleno usufruto dos seus direitos, apresentou as suas refutações face àquilo a que designou de «acusações» contidas no meu artigo inicial.

Tal como ele, também eu gostaria que esta questão não se arrastasse por muito mais tempo. Não obstante, e face ao teor erróneo das suas afirmações, considero necessário esclarecer alguns pontos, sob pena de se perpetuarem ideias falsas.

Em primeiro lugar, quando alguém publica um artigo de opinião, não o faz referindo a profissão que desempenha a não ser seja relevante para o conteúdo do artigo que assina. Assim, se um membro de um órgão de uma estrutura partidária assina um artigo de opinião como vice-presidente desse mesmo órgão, é entendido pelos comuns dos mortais que aquela é, efectivamente, a posição oficial do órgão. Caso contrário, assina-se com o nome sem designação de pertença. Desta forma, acho perfeitamente lícita a preocupação por mim revelada quando a posição da JSD/Terceira é a de criminalização da droga e a posição da Comissão de Ilha da JSD/Terceira é, não só contra a criminalização da droga como também a favor da sua liberalização.

Em segundo lugar, se uma deputada de um partido (neste caso o PSD) assina um artigo de opinião indicando o seu correio electrónico na Assembleia Legislativa Regional, é igualmente lícito assumir-se que aquela é uma posição oficial do partido e não um mero artigo de opinião de uma cidadã anónima. Ou não será?

Em terceiro lugar, nunca esteve em causa a pluralidade de opiniões e a liberdade democrática que nos permite ser seres pensantes e detentores da nossa própria opinião. Mal seria se uma estrutura partidária de juventude não fosse um espaço de pluralidade de opiniões e de debate. No entanto, as posições oficiais de uma estrutura não deverão ser confundidas com as dos seus membros como indivíduos e cidadãos. E esta separação faz-se na assunção ou não dos cargos que detemos.

Mais a mais, a desvalorização da informação da Internet é abusiva, uma vez que diversos institutos, como o caso do Instituto da Droga e da Toxicodependência (www.idt.pt) e do Instituto Nacional de Estatística (www.ine.pt), se servem deste meio de comunicação para publicarem as suas conclusões e dados. Segundo João Goulão, presidente do IDT, «a descriminalização dos consumos foi uma conquista civilizacional coerente com a ideia de que um toxicodependente é um doente e não um delinquente. Se este ante-projecto [de criminalização] avançar trata-se de um retrocesso». Como pode ver, não é um “qualquer” site da Internet. E como se pode depreender, não é uma pessoa qualquer que é citada.

Para finalizar, e são estas as acusações que mais revelam ignorância e leviandade da actuação política, se há estrutura de juventude na ilha Terceira que ninguém até há muito pouco tempo conseguia identificar ou encontrar rosto visível era precisamente a JSD/Terceira.

Se o presidente da Comissão Política da JSD/Terceira não tem conhecimento da JS/Terceira é porque acabou de chegar e ainda não fez o trabalho de casa. É de muito mau tom não se saber de onde se vem e falar-se como se o soubéssemos. Como diz o ditado, «a ignorância é atrevida» e é-o tanto mais quanto a sua voz se faz ouvir.

Se há estrutura de juventude partidária na ilha Terceira que se tem debatido pela defesa dos interesses dos jovens é a Juventude Socialista. Do empreendedorismo à habitação, da emancipação jovem ao primeiro emprego, da cidadania e qualidade de vida aos hábitos de vida saudáveis, da toxicodependência à luta contra a SIDA e à sexualidade saudável, da solidariedade social a muitos outros assuntos relevantes para os jovens açorianos e terceirenses, a JS/Terceira tem desenvolvido actividades políticas, lúdicas e de esclarecimento que têm há muito contribuído para o debate destas questões.

Para não me alongar muito, refiro apenas o «Juventude Em Movimento», debates abertos à sociedade e nos quais se abordaram diversos assuntos; as festas anuais de comemoração do Dia Internacional da Luta Contra a Sida, com a distribuição de informação e preservativos em locais de diversão nocturna (antes da JSD); a campanha «Um Brinquedo Um Sorriso», de angariação de brinquedos para os jovens desfavorecidos; a mais recente «Jovens Solidários», a decorrer presentemente com os idosos da freguesia do Posto Santo; as visitas a estabelecimentos de ensino, comércio, prisionais, entre outros. Estes exemplos, de entre muitos, servem apenas para elucidar um pouco do trabalho que tem sido desenvolvido pela JS/Terceira, em prol do desenvolvimento e da melhoria da qualidade de vida dos jovens terceirenses e açorianos.

Tenho efectivamente muita pena que o Sr. Luís Carneiro só agora tenha acordado para o mundo e para a existência da JS/Terceira. Errar é humano, faz parte do crescimento. Mas sugiro-lhe, em abono da verdade e do trabalho democrático credível e sustentado, que não volte a proferir acusações de inexistência da JS/Terceira da forma leviana e ignorante que fez.

Até este último meio ano (curiosamente muito próximo do período eleitoral) a JSD/Terceira era uma estrutura moribunda, sem actividades nem movimentação visível, sem líder nem funcionamento. Convidada que foi, por exemplo, para os debates da Juventude em Movimento, nem se dignou a responder. Por isso, sejamos honestos no debate democrático e concentremo-nos no que é verdadeiramente importante: as condições de vida dos jovens açorianos.

Para terminar, e uma vez que desempenho as funções de secretário-coordenador da JS/Terceira, considero importante referir que esta é a posição da JS/Terceira que, por acaso, é coincidente com a do seu secretário-coordenador como indivíduo. Esta é a razão pela qual, em resposta a um artigo de opinião individual, assino este artigo com a designação do cargo que desempenho.

Rogério Sousa

Secretário-coordenador da JS/Terceira e Vice-Presidente da JS/Açores

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