Os Novos Pecados
A Igreja católica anunciou esta semana a existência de mais três pecados a juntar a sua extensa lista: o pecado da poluição, da manipulação genética e do uso de drogas. Ou seja, os pecados já existiam, mas a Igreja agora é que os tornou publicamente «pecaminosos».
A primeira questão que me passou pela cabeça foi «ufa, da manipulação genética já me livrei». Ou seja, qual é a probabilidade de eu, um simples professor, vir mais tarde a ser condenado às chamas do Inferno por cometer o crime de manipulação genética? Muito poucas, na minha modesta opinião. Daí ficar mais satisfeito.
Da mesma forma, a questão da poluição é bastante duvidosa e preciso de ler o documento publicado pelo Vaticano com mais atenção. Isto é, será que todas as missas que ouvi, os pecados que evitei cometer no passado - por omissões, actos ou palavras - vão todos por água abaixo simplesmente porque me desloco de carro para o emprego? Será que esse tipo de poluição conta? E o fumo do tabaco, também? Estou completamente à vontade moralmente relativamente a atirar papeis para o chão: nunca o faço. Mas já não posso dizer o mesmo de atirar as beatas dos cigarros para o chão e o fumo para o ar. Será que estas duas coisas (o carro e o tabaco) serão suficientes para ir para o Inferno?
Agora, relativamente às drogas... bem, isto já é um caso bastante bicudo. Vamos a ver, esta consciencialização de que o consumo de drogas é pecado tem retroactivos? É porque se tem, parece-me que haverá muitos pedidos de transferência e burocracia entre os que já foram para o Céu e não foram julgados por esse pormenor. Por outro lado, se não é uma lei retroactiva, caramba, isso não é justo. Já não basta o Governo que muda as regras do jogo a meio, vem agora a igreja dizer «ah, e tal, a partir de agora, fumar charros é pecado. Pronto, se não vai um homem para o Inferno por todos os que fumou, todos os que fumou faz com que daqui para a frente tenha ainda mais vontade de os fumar.»
Um homem nunca está descansado.
Daqui a nada, comer também é pecado. Ups, esqueci-me da gula.
A primeira questão que me passou pela cabeça foi «ufa, da manipulação genética já me livrei». Ou seja, qual é a probabilidade de eu, um simples professor, vir mais tarde a ser condenado às chamas do Inferno por cometer o crime de manipulação genética? Muito poucas, na minha modesta opinião. Daí ficar mais satisfeito.
Da mesma forma, a questão da poluição é bastante duvidosa e preciso de ler o documento publicado pelo Vaticano com mais atenção. Isto é, será que todas as missas que ouvi, os pecados que evitei cometer no passado - por omissões, actos ou palavras - vão todos por água abaixo simplesmente porque me desloco de carro para o emprego? Será que esse tipo de poluição conta? E o fumo do tabaco, também? Estou completamente à vontade moralmente relativamente a atirar papeis para o chão: nunca o faço. Mas já não posso dizer o mesmo de atirar as beatas dos cigarros para o chão e o fumo para o ar. Será que estas duas coisas (o carro e o tabaco) serão suficientes para ir para o Inferno?
Agora, relativamente às drogas... bem, isto já é um caso bastante bicudo. Vamos a ver, esta consciencialização de que o consumo de drogas é pecado tem retroactivos? É porque se tem, parece-me que haverá muitos pedidos de transferência e burocracia entre os que já foram para o Céu e não foram julgados por esse pormenor. Por outro lado, se não é uma lei retroactiva, caramba, isso não é justo. Já não basta o Governo que muda as regras do jogo a meio, vem agora a igreja dizer «ah, e tal, a partir de agora, fumar charros é pecado. Pronto, se não vai um homem para o Inferno por todos os que fumou, todos os que fumou faz com que daqui para a frente tenha ainda mais vontade de os fumar.»
Um homem nunca está descansado.
Daqui a nada, comer também é pecado. Ups, esqueci-me da gula.
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