Tarde



Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia

Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria.

Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia.


Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo que a boca pedia

e na tarde ficámos, unidos, ardendo na luz que morria

Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia

Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia.

Ary dos Santos
(foto: Renato Brandão
http://olhares.aeiou.pt/rbrandao)

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