JSD (Juventude Sem Destino???)
A Juventude Social Democrata, nos últimos meses, tem dado mostras de que existe, algures no espectro político das juventudes partidárias. Ninguém sabe bem o que têm feito, nem quem são os seus membros e quadros, até porque são poucos os que surgem na comunicação social. No entanto, a verdade é que têm aparecido com uma força desmedida, numa sede de protagonismo perfeitamente legítima para quem é oposição e precisa de ganhar notoriedade.
Não obstante, o que a mim me faz confusão é a aparente falta de destino dessa estrutura. As recentes declarações de Cláudio Almeida vêm demonstrar mais uma vez que a JSD não faz a mais pálida ideia do que é fazer-se política de juventude, nem tão pouco oposição.
Pior do que tudo, parece que os laranjinhas estão a seguir copiosamente os passos dos seus dirigentes, especialmente os passos menos positivos. Neste artigo do Correio dos Açores, não só a JSD não apresenta alternativa nem tece considerações relevantes no âmbito do combate à toxicodependência, como também falseia a análise estatística.
No artigo, pode ler-se que «de acordo com o líder dos jovens social-democratas, no último governo regional da responsabilidade do PSD a taxa de reprovação no 12º ano era de 28 por cento, enquanto que dez anos depois, já com o PS no poder, era superior a 50 por cento.»
Vejamos, durante a governação social democrata não havia o modelo de escola inclusa nem o combate ao absentismo escolar que o governo socialista tem (e bem) vindo a defender nos últimos anos. Não havia, nem estava programado, qualquer tipo de programa de inserção de jovens com dificuldades de aprendizagem, nem adequação do currículo às especificidades das turmas heterogéneas. Aliás, se bem nos lembramos, as turmas de nível (apanágio social democrata) provaram falhar em diversos ramos da educação, facto sobejamente demonstrado.
Mais ainda, uma vez que não havia um modelo de escola inclusa como aquele que foi introduzido pelo governo regional socialista, como se pode depreender, numa análise lógico-científica e honesta, havia menos alunos a terem possibilidade de chegar ao 12º ano. Logo, havia menos reprovações. Resta saber se a análise da JSD é uma análise justa e que contempla a diferença de alunos existente entre ambas as governações, ou se é mais uma análise demagógica e oca de outra significação que um pequeno "brilharete" na comunicação social.
Não basta olhar para as estatísticas na busca de uma conclusão previamente delineada. É preciso analisar com justiça, imparcialidade e sentido de responsabilidade na apresentação de alternativas.
Tal como o PSD nacional (e regional), a JSD Açores está a queixar-se sem apresentar qualquer tipo de solução. Assim, também os meus alunos do 7º ano sabem "malhar" no governo.
Paciência. Esperemos mais alguns anos até a laranjinha amadurecer. Até lá...
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